Enjoos em viagens de carro, dores de cabeça muito fortes após esforços visuais prolongados e sensibilidade à luz. Esses sintomas costumam ser um alerta de que é preciso consultar o oftalmologista.
O tradicional exame das letrinhas, a tabela de Snellen, aponta erros de refração, o que na maioria das vezes pode resolver as queixas apresentadas.
Porém, em alguns casos, o teste de acuidade visual não é a resposta para o que causa todas essas queixas. Distúrbios do processamento visual, como a Síndrome de Irlen (SI), demandam uma investigação mais aprofundada que os exames de rotina dos olhos.
O distúrbio acontece no caminho que a luz capturada por nossos olhos faz até chegar ao cérebro, onde as imagens são formadas. Uma em cada sete pessoas apresenta dificuldades nesse caminho, chamado de processamento da informação visual.
A busca por respostas
Além dos enjoos e dores de cabeças, a SI, também caracterizada como Estresse Visual, apresenta dificuldades em manter a concentração e no aprendizado, alterações na percepção de profundidade, problemas na resolução visuoespacial e distorções visuais. Está também entre as queixas típicas para diagnósticos positivos da disfunção a existência de letras se mexendo durante a leitura.
Dra. Márcia Guimarães, chefe do Departamento de Neurovisão do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, reforça a importância de que esses pacientes sejam ouvidos e que o conhecimento sobre esse distúrbio seja discutido entre profissionais.
“Os portadores de SI anseiam que suas queixas sejam relevantes aos profissionais aos quais recorrem para que o auxílio devido lhes seja ofertado. É importante que eles se mantenham atualizados, buscando novos saberes, principalmente à respeito da Neurovisão, ainda pouco conhecida, mas extremamente importante ao considerar a visão ‘além dos olhos’, enxergando além do trivial” explica.
Um desafio para uma nova vida
O Curso DARV (Distúrbios de Aprendizagem Relacionados à Neurovisão) compartilha conhecimentos sobre as Neurociências da Visão e esclarece conceitos relacionados ao processamento visual e de aprendizagem. A 35ª edição do Curso, será realizada em novembro de 2020, levando os participantes a uma jornada dos olhos ao cérebro.
As aulas dos pesquisadores do LAPAN e profissionais das equipes da Fundação HOlhos e Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, capacitam profissionais de saúde e educação na identificação de portadores de distúrbios visuais, como a Síndrome de Irlen.
Os participantes puderam compreender a importância da visão para o desenvolvimento humano e social. Desde a relação entre o sistema visual e os distúrbios de aprendizagem, o rastreamento do Estresse Visual, o Método Irlen e as intervenções pedagógicas até ligação da visão com a postura e o papel da Neurovisão em bebês com risco de Autismo.
Após a conclusão do Curso professores, pedagogos, psicólogos, médicos e outros profissionais da saúde e educação, agora fazem parte dos 6 mil profissionais aptos a aplicar o protocolo para rastreio da Síndrome de Irlen.
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